quinta-feira, 4 de dezembro de 2008


to desanimada.

Acordei desanimada, o dia resolveu não me dar bom-dia. Acordei desanimada, meu cachorro me mordeu. Acordei desanimada, acabou meu pão.

Dia, ai dia, que demora, que enrola tanto pra passar. Dia de sol com um céu cor de azul de chumbo (porque pra mim azul de chumbo é cor de dor) e música de pessoas felizes na rua (porque pra mim quando eu estou triste todo mundo parece estar feliz).

Dia desanimado, dia choroso, dia sozinho. Dia de cama, dia de leite quente e televisão open bar. Dia que se arrasta taaaaaaanto que no final do dia minha alma tá fina, fina.

Dia acabe logo.

Dizem que devemos aproveitar cada dia. Eu não quero aproveitar. Eu quero acabar, quero dormir e esperar pra acordar (porque pra mim sono cura dia desanimado.). Dizem que devemos aproveitar cada dia como se fosse o último. Se esse dia for o último da minha vida eu quero morrer sem nome.

Dia acabe logo. Quero tirar esses fones de ouvido que me protegem do mundo lá fora. Quero parar de forçar esses olhos quando alguém chega perto. Quero parar de torcer para que chova e usar chinelos de novo.



(poema-quase-prosa sobre o tédio do momento)

Um comentário:

uma quase leonardo disse...

vc que escreveu isso?!?! como vc escreve bem!!! me identifiquei infinito com os termos: azul chumbo = dor..., alma fina no fim do dia vazio..., qdo estou triste parece q todo mundo ta feliz.. etc e tal