sábado, 24 de janeiro de 2009

Este não é um movimento político, mas uma manifestação cultural. Nua, crua, lisa e nítida. Não estamos vinculados a nenhum partido ou causa solidária.


MANIFESTO CORDIALISTA
Senhores,durante muito tempo tivemos que engolir a mágoa daqueles que passaram a vida inteira arquitetando desculpas para justificar seus fracassos. Suportamos professores que queriam ser ministros, farmacêuticos que sonhavam em ser médicos, taxistas que se julgam juristas.Foram anos vivendo num mundo onde "tédio" era o nome dado à rotina; onde a verdade era uma espécie de pornografia sonora.Herdamos uma ilusão feita de fumaça e sonho. Herdamos antídotos que não servem para as nossas mazelas. Temos pilhas e pilhas de soluções ingênuas que jamais acabarão com os nossos problemas complexos.O passado só nos serve como reflexo do que devemos evitar.Nada acabou. Tudo está terminando.O presente não destruiu a subjetividade, assim como a diluição do mal não aniquilou o poder do bem. O sujeito é a memória rica de um ser pobre. Precisávamos de uma identidade para reivindicar a liderança. Já não precisamos liderar. Não há adversários, não há mais razão para andar na frente. O discurso do relativismo não levou ao sonho da igualdade, mas ao esmaecimento de todas as diferenças que nos faziam singulares.O movimento cordialista prega o fim do relativismo cultural e a obtenção da verdade através do atrito psicológico.Vivemos a ditadura da beleza plástica e o dogmatismo da mediocridade intelectual. Queremos, agora, uma inteligência que comova os olhos, uma beleza que convença a razão.Para isso vamos afirmar mentiras e inventar verdades. Vamos romper barreiras inexistentes e criar mitos inúteis. Não vamos assassinar o que é velho, mas substituí-lo como as centenas de coisas existentes antes dele. Por isso, da próxima vez que alguém expor a você verdades ingênuas e intermináveis, lembre-se de que você é um cordialista. Você não é essa criança ingênua e desprotegida nas mãos de Michael Jackson. Você não precisa fingir cumplicidade de uma nomenclatura que não emociona.
Você não é infeliz.
Você não é bonito.
Você não é a parte que faltava.
Lembre-se da verdade.Da sua verdade.
Você não quer ganhar o jogo.
Você quer quebrar o tabuleiro.
Você não quer chegar até o fim.
Você quer fazer barulho.
Você não quer amor.
Você quer tudo.
Você não quer morrer.
Você queria nunca ter existido.
Não somos a geração perdida. Somos a geração que perdeu.
INTERVENÇÕES:
1- Fale alto ao celular, simulando uma conversa com um locutor imaginário, sobre um tema estranho como extraterrestres; ou sobre o envio de um milhão de potes de margarina para crianças africanas.
2-No supermercado, compre somente ameixas e explique, detalhadamente, que são para suas hemorróidas.
3- Sente-se na calçada, no meio da multidão.
4- Reúna um grupo de amigos. Vá a um parque da cidade. Escolha uma pessoa que esteja deitada na grama, tomando sol e cante parabéns para ela.
5- Ligue para pessoas desconhecidas e diga que deseja que todos sejam felizes, apesar do que aconteceu.
6- Reze nos elevadores. E peça auxílio para apertar os botões.

Um comentário:

uma quase Leonardo disse...

bom demais. nem sei o que dizer. nesse caso melhor calar e refletir..